No dia 13 de maio de 1881 nascia Lima Barreto: seus textos revelam a vivência de um homem negro que tinha a exata dimensão do preconceito, da exclusão social e, de quebra, que conhecia a vivência própria do subúrbio carioca, que tanto o auxiliou a pensar a própria negritude e a desigualdade estrutural brasileira. Foi um crítico ácido do sistema de castas da Primeira República, rompendo com os paradigmas literários de sua época.
A temática da saúde mental e da desumanização nos tratamentos psiquiátricos, sofrida em especial pelas populações negras e periféricas, está igualmente retratada na obra inacabada Cemitério dos Vivos, que trata do período em que o autor esteve internado no antigo hospital psiquiátrico Pedro II, do Engenho de Dentro.
Faleceu em 1° de novembro de 1922, em sua casa na rua Major Mascarenhas, em nosso bairro de Todos os Santos. Sua antiga casa foi demolida para a construção de (mais um) prédio. A rua ganhou um mural grafitado pelo @negromuro, porém foi apagado por motivos nada culturais. Vocês conseguiriam imaginar se a casa de Lima Barreto tivesse se tornado um Museu da Literatura Suburbana em pleno Todos os Santos?
Nosso sonho é pela construção de um subúrbio de cultura, de arte e de literatura. Essa é, também, a nossa luta no Círculo Laranja.
Todas as homenagens a este escritor que soube revelar a alma dos subúrbios e lutar, pelo viés da literatura, pelos excluídos e oprimidos pelo sistema!
Viva Lima!
Sou nascido em todos os Santos . Maior orgulho em saber que Lima Barreto também morou lá. Pena que somos um país que não preserva memórias e, muito menos homens como Lima Barreto que combatia o racismo e o preconceito. Todos os seria culturalmente melhor se ali instalassem um museu em sua memória.