Círculo Laranja como objeto de pesquisa da Psicologia Social Comunitária

Nesse mês de dezembro, o Círculo Laranja foi selecionado por um grupo de estudantes do Departamento de Psicologia Social, do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para ser objeto de pesquisa sobre “A Psicologia Social Comunitária” no nosso Movimento-Instituição. Disponível no link: https://circulolaranja.org.br/wp-content/uploads/2022/12/psc-trab-escrito.pdf

Nas palavras das pesquisadoras e pesquisadores da UFRJ:

“Será feita, ao longo do texto, uma análise crítica do movimento Círculo Laranja, nascido a partir das greves dos garis de 2014. Para isso, foram coletados dados acerca do projeto através do site da Associação e de uma entrevista com a atual presidente, Luiette Ornellas, que nos forneceu informações relevantes acerca das ações promovidas pela associação e seus impactos sociais. O território local da iniciativa é o bairro do Cachambi, mas tem como público alvo a população do Grande Méier, embora atue também em outras regiões e aceite voluntários e alunos independente dos locais que residam.


Faremos uma relação dos objetivos, métodos de atuação e resultados do projeto com os fundamentos da Psicologia Social Comunitária, colocando sob um olhar crítico a falta ou a ineficácia das atuais políticas públicas a níveis municipal, estadual e nacional. Desse modo, pretendemos pensar a importância de instituições como o Círculo Laranja na garantia dos direitos do povo, além de refletir sobre nosso papel, enquanto estudantes de uma universidade pública e futuros psicólogos, na mitigação das desigualdades sociais”.

Entre as primeiras conclusões apontadas pelo grupo, podemos elencar as seguintes:

“Através da análise do projeto escolhido, podemos afirmar que o Círculo Laranja é norteado pela ânsia de transformação social, como estabelecido pelos princípios da Psicologia Social Comunitária. Nesse sentido, a iniciativa tem grande relevância na garantia de cidadania e acesso à democracia, temáticas amplamente defendidas pela presidente do projeto, uma vez que permitem que os sujeitos participantes exponham suas demandas e entendam seus direitos, constituindo uma ferramenta importante no desenvolvimento do senso crítico dos alunos, que poderão usar seu conhecimento para reivindicar mudanças na esfera macropolítica. Portanto, pode-se evidenciar as consequências positivas do movimento: o Círculo Laranja auxilia os integrantes na construção de uma consciência coletiva de cidadania, criando sujeitos dispostos a lutar pelos seus direitos.


Ademais, foi colocado como um dos principais desafios do movimento a falta de repasse de verbas, que faz com que os alunos tenham que pagar a taxa de 50 reais para usufruírem do projeto – taxa insuficiente para lidar plenamente com os custos de manutenção –, impossibilitando alguns indivíduos de participar. Tendo isso em vista, o corpo civil deve se mobilizar para pressionar cada vez mais o poder público a fomentar movimentos como o Círculo Laranja, imprescindíveis para a transformação social das comunidades. Iniciativas como essa nos fazem refletir quanto ao nosso papel na sociedade, evidenciando o grande impacto que podemos causar na vida das pessoas através de nossas ações. Exemplo disso é a fala de Luiette, na qual ela relata que o Círculo Laranja consegue, por meio do curso pré-vestibular ofertado por eles, inserir jovens de baixa renda nas universidades, tendo resultados transformadores”.

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